Um homem. Um açougueiro repousa seus olhos famintos num decote de uma mulher que ali espera. Sua altura possibilita uma visão ampla e profunda da linha que separa seus seios. Em suas circunferências pontiagudas imagina-se deliciar-se...
Devora-a com uma imaginação teoricamente possível. Visita os planos de sua consciência e nota que aquela universitária pode ser sua... Já conhece seus caminhos, sua ida constante ao mercado poderia ter relação com sua pessoa... Ela é a mulher especial, a carne rara e difícil de ser apreciada por mentes vazias.
Especial. Quero conhecer cada ponto de sua carne, provar, morder, temperá-la com um vinho nobre e clássico. Temperá-la com meu tempero. Deslizar-me pelo seu corpo misturando nossas carnes e nossos sabores. Provar a carna dos seus lábios e sugar uma outra que se agita em nossas bocas. União. União de duas entidades desejosas.
A pele morena brilha em exposição, os olhos transpassam um fogo. Aquele olhar sobre suas mãos, sobre sua barriga, sobre suas pernas... Um fogo que queima, assa e consome-se de desejos. Tal mulher o provoca.